Olha essa parede, esse vão branco
Olha esses dedos de cetim
Olha para menina no assoalho
Vertendo lágrimas sem fim
Ela a vaporosa dama alva
Os olhos esmeraldas afiadas
Murchando nas teias invisíveis
Das belezas namoradas
Ela olha a primavera vindo em cânticos
Os seus joelhos a nos tocar
Sentindo na pele o mundo aos poucos
Fazer a meia volta e flutuar
E porque continuas encolhida
Na avenida de minha vida?
A sua voz ecoa livre
Mas suas pernas estão presas no ar
Volve a noite minha querida
Seu coração em feridas está
Volve o dia e a menina
Que ali jazia
Não há
Desapareceu na sombra do medo de amar
Um comentário:
Mais um: li e me obriga a cometar; me obriga; e como tô de saco cheio de tanto ler e escrever, resolvi escrever tudo num só período, assim a escrita fica mais renovada e particular, no meu único jeito, separando as frases em pequenos blocos; vim aqui comentar seu texto - não dizer como vou escrever -, ele que irrita meus dedos à digitação; não sei bem se por na releitura do texto eu ter desconectado com Comfortably Numb, mas os versos, e em particular alguns que já-já vou botar, rasgaram agudamente minha leitura; como não sou de me focar nas partes menos merecedoras de comentários, fico somente com os trechos que me deixaram mãos nervosas:
"Vertendo lágrimas sem fim
Sentindo na pele o mundo aos poucos
Fazer a meia volta e flutuar
Mas suas pernas estão presas no ar
Desapareceu na sombra do medo de amar", são os fazem sentir sem sentir; principalmente esse último... ah, acho que já me alarguei demais aqui; vou parar, senão tomo espaço de outros; válido ainda meu desejo em me livrar disso; então, período nunca concluído para o infinito...
A.J.
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