domingo, 29 de junho de 2008

Pequena Publicação Medíocre das Relações Humanas e do Desaparecimento dos Seres Alheios ou, simplesmente, O Sumiço


Olha essa parede, esse vão branco

Olha esses dedos de cetim

Olha para menina no assoalho

Vertendo lágrimas sem fim

Ela a vaporosa dama alva

Os olhos esmeraldas afiadas

Murchando nas teias invisíveis

Das belezas namoradas

Ela olha a primavera vindo em cânticos

Os seus joelhos a nos tocar

Sentindo na pele o mundo aos poucos

Fazer a meia volta e flutuar

E porque continuas encolhida

Na avenida de minha vida?

A sua voz ecoa livre

Mas suas pernas estão presas no ar

Volve a noite minha querida

Seu coração em feridas está

Volve o dia e a menina

Que ali jazia

Não há

Desapareceu na sombra do medo de amar

Um comentário:

Anônimo disse...

Mais um: li e me obriga a cometar; me obriga; e como tô de saco cheio de tanto ler e escrever, resolvi escrever tudo num só período, assim a escrita fica mais renovada e particular, no meu único jeito, separando as frases em pequenos blocos; vim aqui comentar seu texto - não dizer como vou escrever -, ele que irrita meus dedos à digitação; não sei bem se por na releitura do texto eu ter desconectado com Comfortably Numb, mas os versos, e em particular alguns que já-já vou botar, rasgaram agudamente minha leitura; como não sou de me focar nas partes menos merecedoras de comentários, fico somente com os trechos que me deixaram mãos nervosas:

"Vertendo lágrimas sem fim
Sentindo na pele o mundo aos poucos
Fazer a meia volta e flutuar
Mas suas pernas estão presas no ar
Desapareceu na sombra do medo de amar", são os fazem sentir sem sentir; principalmente esse último... ah, acho que já me alarguei demais aqui; vou parar, senão tomo espaço de outros; válido ainda meu desejo em me livrar disso; então, período nunca concluído para o infinito...

A.J.