− E então?
− Bem... Se o mundo pudesse ser simplificado nos termos coisificados da palavra simbólica eu diria que o mundo é um aglomerado de coisa alguma que se finge ser algo para ter reconhecimento dos órgãos superiores. Os órgãos superiores por sua vez seriam outros aglomerados de coisas que não sustentam coisa alguma mas que fingem tão bem que chegaram a ser considerados reais (e por isso superiores), mesmo no seu fingimento. O real da coisa por outro lado é algo muito individual, porque no fim mesmo não existe real coletivo para contrastar com esse real que é real mesmo. Existem as coisas abstratas e as coisas materiais e o homem é uma coisa real enquanto abstrato e enquanto real e enquanto existente. Acima de tudo existente. Porque veja bem: se o homem não existe não existe real. Existem coisas cuja existência não podem ser confirmadas porque não existem seres humanos que as confirmem. Se uma árvore cai no meio da floresta, como ter certeza de que ela caiu se ninguém ouviu o estrondo dos exoesqueletos das formigas rompendo-se no chão de folhas mofadas? Isso necessitaria de um ser humano que existisse, e que, além de existir, estivesse presente de alguma forma. Nem que fosse só por um instante. Nem que fosse por um instante inteiro. Nem que fosse um entomólogo.
Então, se o mundo acaba-se, ainda existiria real? Ou melhor, se o ser humano acabasse ainda existiria real? Acredito que não. Se existisse, ninguém poderia saber e confirmar. E o fim do mundo seria esse fim dos outros que não somos nós mas são humanos. E de nós também se nos colocarmos como raça de indigentes que falam e fazem coisas inventadas por nós em cima de uma realidade também inventada por nós para alcançarmos metas e objetivos inventados por nós. Por isso, para mim, o mundo é uma grande invenção e nós somos todos inventores de coisas novas com significados diversos para encobrir a desnecessidade de estarmos permanentemente inventando essas mesmas coisas. Por isso eu parei de inventar. Virei revolucionário. Virei anarquista! Virei...
− Inventor.
segunda-feira, 3 de novembro de 2008
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4 comentários:
txaaahh! super gostei!
e me lembrou aula de civil e fatos juridicos lato sensu e coisas do tipo! pq se a arvore cai e ngm sabe dela caída, ela na verdade ainda não caiu... e se o cara sai de casa e não volta e morre, ele não morreu, ainda que depois e um tempo se diga que ele pode ter morrido ele n morreu até que se tenha prova concreta disso... e isso é bonito, eu acho bonito. O real é humano, e efetivamente o ser humano só é real enquanto ser humano...
super ameei o texto!
;***
Muito bom!!!
Bem a sua cara: exoesqueleto, formigas, folhas mofadas...
gostei mesmo
fazia tempo q eu não via coisas assim por aki = D
bjooo
"Lah. disse...
txaaahh! super gostei!
e me lembrou aula de civil e fatos juridicos lato sensu e coisas do tipo!"
¬¬. um tiro na cabeça da laís.
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gostei. bem do mal, pq é bem realista, se vc olhar por certa perspectiva... enfim, nao somos porra nenhuma e metafísica é invenção de viadinho.
mas tati, eu lembrei =(
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